A personificação de um autor
Pretendemos, por meio deste trabalho, analisar o romance Astronomia, de Mário Cláudio, após categorizá-lo como uma “autoficção”, termo postulado por Serge Doubrovsky (1977) e que, posteriormente, foi aprofundado e desenvolvido por outros ensaístas, como Vincent Colonna, que subdividiu esse conceito...
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2019
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2019-10-18 |
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A personificação de um autor astronomia ou a autoficção biográfica de Mário Cláudio |
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Barili, Renan Augusto jvvalentim@gmail.com |
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Ciencias e Investigación Letras y literatura |
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Pretendemos, por meio deste trabalho, analisar o romance Astronomia, de Mário Cláudio, após categorizá-lo como uma “autoficção”, termo postulado por Serge Doubrovsky (1977) e que, posteriormente, foi aprofundado e desenvolvido por outros ensaístas, como Vincent Colonna, que subdividiu esse conceito em quatro diferentes gêneros literários, sendo, um deles, a “autoficção biográfica”, ao qual julgamos coincidir veementemente com a trama mencionada. Nessa categoria, o autor “fabula sua existência a partir de dados reais” (Colonna, 2014, p.44), ou seja, elabora uma ficção utilizando a sua biografia pessoal como pano de fundo. No caso específico de Astronomia, o escritor português se personificou e dividiu a sua história de vida em três intrigantes fases: “Nebulosa”, que narra a sua infância; “Galáxia”, que detalha a sua adolescência e fase adulta; e “Cosmos”, que relata a velhice, sua atual conjuntura. A partir da análise proposta, intentamos dar mais ênfase aos estudos sobre o conceito de autoficção, uma vez que ele ainda está vinculado ao seu correlato autobiografia, surgindo diversas problemáticas, como a não segmentação dos pactos literários (pacto autobiográfico, pacto ficcional e pacto oximórico) e, sobretudo, a respeito das consequências legais direcionadas aos autores, já que o gênero autobiográfico clássico possuiria um compromisso com a verdade, enquanto a autoficção não. Lançada em 2015, Astronomia tem chamado a atenção da crítica literária, tendo sido galardoada, em 2017, com dois importantes prêmios em Portugal (o Prémio D. Diniz e o Grande Prémio de Literatura dst), se tornando uma das mais comentadas obras da atualidade. |
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Pretendemos, por meio deste trabalho, analisar o romance Astronomia, de Mário Cláudio, após categorizá-lo como uma “autoficção”, termo postulado por Serge Doubrovsky (1977) e que, posteriormente, foi aprofundado e desenvolvido por outros ensaístas, como Vincent Colonna, que subdividiu esse conceito em quatro diferentes gêneros literários, sendo, um deles, a “autoficção biográfica”, ao qual julgamos coincidir veementemente com a trama mencionada. Nessa categoria, o autor “fabula sua existência a partir de dados reais” (Colonna, 2014, p.44), ou seja, elabora uma ficção utilizando a sua biografia pessoal como pano de fundo. No caso específico de Astronomia, o escritor português se personificou e dividiu a sua história de vida em três intrigantes fases: “Nebulosa”, que narra a sua infância; “Galáxia”, que detalha a sua adolescência e fase adulta; e “Cosmos”, que relata a velhice, sua atual conjuntura. A partir da análise proposta, intentamos dar mais ênfase aos estudos sobre o conceito de autoficção, uma vez que ele ainda está vinculado ao seu correlato autobiografia, surgindo diversas problemáticas, como a não segmentação dos pactos literários (pacto autobiográfico, pacto ficcional e pacto oximórico) e, sobretudo, a respeito das consequências legais direcionadas aos autores, já que o gênero autobiográfico clássico possuiria um compromisso com a verdade, enquanto a autoficção não. Lançada em 2015, Astronomia tem chamado a atenção da crítica literária, tendo sido galardoada, em 2017, com dois importantes prêmios em Portugal (o Prémio D. Diniz e o Grande Prémio de Literatura dst), se tornando uma das mais comentadas obras da atualidade. |
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